Fernanda Soares
Fernanda Soares

05/11/2013, 12h


Nesta terça (05), a greve dos servidores da saúde de Natal completa três semanas. Iniciada em 15 de outubro, a greve atinge todas as unidades de pronto-atendimento 24 horas: como o Hospital dos Pescadores; o Samu e as Unidades Básicas e de Saúde da Família. O índice de adesão é em torno de 50% dos servidores, mantendo os serviços de urgência e emergência. Além da Saúde, a greve também atinge todas as secretarias da Prefeitura, em um movimento unificado entre o Sindsaúde, Sinsenat e Sindas.

A greve tem sido marcada pela ausência de negociações e por cenas como a do prefeito Carlos Eduardo discutindo com servidores durante um protesto. A única reunião ocorreu no dia 29 de outubro. Na reunião da Mesa Permanente de Negociação do SUS representantes dos três sindicatos não receberam nenhuma proposta por parte do secretário de Saúde, Cipriano Maia. “Os representantes do governo estavam bastante irritados, desrespeitosos, e chegaram a ameaçar os grevistas com faltas”, afirma Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde-RN.

O Sindsaúde têm recebido diversas denúncias de repressão à greve. Diretores e chefes chegaram a impedir servidores de assinar a folha de ponto, ameaçado colocar falta, e feito todo tipo de pressão, como gritos e telefonemas fora do horário de trabalho. No Samu, a coordenação exige que os servidores trabalhem acima do percentual de 50% determinado pela Justiça.

Até o momento, o governo não alterou a proposta inicial, mantendo os salários congelados desde 2011. A Prefeitura oferece apenas 8%, a ser pago em 2014, o que corresponde a metade da inflação dos anos anteriores. “A prefeitura diz que em 2014 poderemos negociar em melhores condições, mas o Orçamento da saúde enviado para a Câmara não cobre nem a folha de pagamento”, denuncia Simone Dutra. “Já se passaram dez meses e as unidades continuam fechadas, a prefeitura vai adiando o concurso público e a calamidade permanece. Precisamos aumentar o Orçamento da Saúde e de outras áreas, garantindo os recursos para a saúde e os salários dos servidores”, defende. Nesta semana, a Câmara começa a discussão e votação do Orçamento de Natal.

Nesta quarta (6), os três sindicatos voltam às ruas, na terceira marcha unificada contra o congelamento dos salários. A concentração do Sindsaúde terá início às 08h30, na sede do sindicato, na Av. Rio Branco, 874.