Fernanda Soares
Fernanda Soares

26/07/2022, 10h


Uma matéria do jornal Tribuna do Norte, publicada nesta terça-feira (26), denuncia que atualmente o Rio Grande do Norte tem uma fila de 147 pacientes que estão na espera por um procedimento vascular na rede pública do Estado. Após o fechamento total, em 2021, do Hospital Ruy Pereira- unidade referência na realização de cirurgias vasculares e no tratamento de pessoas com doenças como "pé diabético"- o Hospital Central Coronel Pedro Germano (Hospital da PM) passou a atender com dificuldade essa demanda e hoje opera com sua capacidade máxima, que gira em torno de 25 a 30 leitos vasculares.
 
Em 2020, antes mesmo do fechamento total da unidade acontecer, o Sindsaúde/RN já denunciava que mesmo o Ruy Pereira tendo uma estrutura precária e insuficiente para atender a demanda, na época, de 280 mil pacientes diabéticos que dependem da rede pública de saúde, o fechamento da unidade deixaria a população potiguar ainda mais desassistida. Dois anos depois, o cenário é exatamente esse: pacientes com início de necrose dos membros tendo que aguardar em casa o surgimento de uma vaga para realização da cirurgia. Em entrevista à Tribuna do Norte, José Leonilson, esposo de uma paciente que aguarda uma operação, relata: “ Ela sente dores 24 horas por dia, não dorme direito, não come direito. É um sofrimento grande e o medo é que a gente tenha que amputar a perna toda porque a necrose é muito rápida”.
 
Mesmo diante dos relatos sobre o sofrimento da população que necessita de tratamentos vasculares, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) segue negando a relação do fechamento do Hospital Ruy Pereira com o caso e Cipriano Maia, o titular da Sesap, chegou a afirmar em entrevista que, pelo contrário, a assistência melhorou após o encerramento do serviço. Infelizmente, as estatísticas e relatos provam o contrário. Hoje, quem sofre as consequência da política de economizar dinheiro em cima da saúde, promovida pelo governo Fátima Bezerra (PT), é a população. Nós, do Sindsaúde/RN, seguimos repudiando toda e qualquer forma de ataque aos serviços e reiteramos nossa defesa por uma saúde pública e estatal que é um direito da população. Não ao sucateamento e desmonte do SUS. A saúde não pode ser uma mercadoria. Nenhum hospital a menos!