Fernanda Soares
Fernanda Soares

07/06/2014, 10h


O Sindsaúde-RN está participando, em São Paulo (SP), da Reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, que vai até domingo (8) e tem o objetivo de preparar a central para atuar nos estados no período da Copa do Mundo, seja nas greves e mobilizações por categorias, seja nas manifestações contra os gastos da Copa.

O companheiro Jefferson Cleyton, diretor do Sindsaúde-RN e servidor do município de Natal em greve, está representando o sindicato na reunião e levou informes da greve da saúde de Natal e da situação das lutas contra os gastos com a Copa no RN. As entidades presentes parabenizaram o Sindsaúde-RN pela forte atuação no RN e também pelo panfleto e pelo adesivo que pede “Menos Copa e Mais Saúde”.

Durante a sexta-feira (7), categorias de todo Brasil deram informes de greves pelo país e discutiram a conjuntura nacional. Daniel Romero, do Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), defendeu que o esgotamento do governo do PT se reflete nesse atual período de greves e revoltas populares que estamos vivendo. Para ele, esse modelo de governo que se encontra em fase de esgotamento se baseia na ampla aliança entre as frações da classe dominante, na expansão da renda dos setores que ele chamou de pauperizados e no controle sobre os movimentos sociais e na burocratização de sindicatos.

CONFIRA A GALERIA DE FOTOS

Já Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã expôs que o modelo econômico brasileiro privilegia o pagamento da dívida pública, no lugar de beneficiar os trabalhadores e que as lutas que vivemos hoje no Brasil denunciam essa falta de investimentos nos serviços públicos. No entanto, ela chama a atenção para o fato de grande parte do que poderia ser investido nas áreas sociais ser destinado ao pagamento da dívida pública. “O Brasil inclusive gera dívidas para salvar banqueiros, por exemplo, e a população não recebe nada em troca, apenas a obrigação de arcar com essa dívida”, acrescentou Maria Lúcia.

A reunião também contou com a participação de Maria de Fátima Silva, mãe do jovem DG, que foi morto com um tiro da polícia em abril, na favela do Pavão-Pavãozinho, Rio de Janeiro. Maria de Fátima transformou toda a sua dor em força para lutar contra as injustiças sociais vividas principalmente pela população pobre e negra que habita as favelas e sofre violências e abusos diários da polícia. “Eu dou todo apoio às lutas de vocês, pra que a gente continue lutando contra esses governos opressores e essa polícia assassina e para dar força a outras mães que sofreram o que eu estou sofrendo. Vamos todos pra rua!”, convocou Maria de Fátima. O Sindsaúde-RN também prestou solidariedade a essa mãe (registramos o momento com uma fotografia), que tem participado também de atividades do Movimento Mulheres em Luta (MML).

GREVE DOS METROVIÁRIOS

Uma representante do sindicato dos metroviários de São Paulo também deu informes da forte greve dos metrôs, que desde quinta-feira (5) tem provocado comoção na cidade de São Paulo. Segundo a trabalhadora, 77% da população apoia a greve dos metrôs de São Paulo, que reivindica muito mais que o reajuste. “A gente está se sentindo muito mais fortes para lutar por nossos direitos e por um transporte público melhor para a população”, acrescentou a companheira Camila, dos metroviários.

Logo após a reunião, a delegação do Sindsaúde-RN foi até assembleia dos metroviários de São Paulo, que aconteceu durante a noite. Mais de 2 mil trabalhadores estavam reunidos para discutir a continuidade da greve que parou a maior cidade do país. “A greve aqui continua firme e serve de inspiração para que a gente fortaleça a nossa greve e nossas lutas em Natal. Por onde passamos aqui em São Paulo, os companheiros do RN são parabenizados pelas lutas que encabeçamos no RN. Isso só prova que estamos no caminho certo”, contou Jefferson Cleyton, diretor do Sindsaúde-RN.