Fernanda Soares
Fernanda Soares

02/05/2022, 13h


As entidades sindicais que compõe a luta unificada da saúde de Natal: Sindsaúde/RN, Soern, Sindern e Sinfarn, vêm por meio desta moção, aprovada pela categoria em Assembleia nesta segunda-feira (2), repudiar a perseguição que a atual diretora, Érica Galvão, vem sofrendo dentro do Pronto-Socorro Ortopédico Hospital Municipal de Natal. Ao chegar em seu local de trabalho, Érica, que antes de se tornar membro da direção do sindicato já fazia parte da base e sempre atuou diretamente no nosso movimento trabalhista, foi surpreendida pela ameaça de que alguns trabalhadores contratados, articulados pela atual coordenadora de enfermagem do setor, construíram em conjunto uma carta solicitando a devolução dela, que é servidora pública, para a Secretaria Municipal de Saúde. 
 
Como justificativa, os autores da carta alegaram que Érica vinha assediando e maltratando os contratados há mais de dois anos. Até o presente momento, nenhuma prova que embase as acusações foi apresentada e tampouco Érica teve acesso a tal carta ou oportunidade de expressar uma defesa. É importante destacar que as acusações chegam em um momento decisivo de uma greve que reivindica, acima de tudo, a melhoria do serviço público de saúde. Nesse sentido, dando voz e sendo a voz dos trabalhadores e trabalhadoras do Hospital Municipal, a companheira orienta, incentiva e motiva os(as) servidores(as) a se unirem na luta, o que, no geral, acaba desagradando aqueles que fazem parte dos cargos de chefia. Inclusive, diversas vezes Érica denunciou situações de assédio vividas na unidade.
 
Além disso, assim como em todos os locais de trabalho, existe uma crença problemática por parte de alguns (as) trabalhadores (as)  temporários de que o servidor público reivindicando novos concursos significa que eles estão contra os contratados ou que almejam sua demissão. No entanto, nós entendemos que o trabalho daqueles que foram contratados é legítimo, honesto e de extrema importância, porém também acreditamos que essa é uma forma de precarizar o serviço e manter a Prefeitura num estado cômodo com vários trabalhadores que sequer tem autonomia de reivindicar seus direitos. Já falamos por aqui e reiteramos: contratos temporários não têm direito aos serviços sindicais, não têm acesso à respaldo jurídico, trabalha muito e ganha pouco. Sendo assim, a existência de tantos contratados favorece o crescimento do assédio moral real que acontece nas unidades. 
 
Outro fato curioso é que, no meio do ano passado, Érica junto a alguns outros companheiros e companheiras, também foi responsável por uma vistoria do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Norte (COREN) no setor, onde foi identificado algumas irregularidades. Desde então, Érica vem sofrendo assédios por parte da coordenação de enfermagem do setor que passou a culpabilizá-la por alguns problemas que o setor enfrenta, sobretudo agora na greve, com a sobrecarga de trabalho e superlotação da unidade, que eles culpam a greve quando na verdade a situação já era recorrente. 
 
Isso posto, declaramos nossa total solidariedade à companheira Érica Galvão diante dessa injustiça e perseguição. Acima de tudo, também a parabenizamos pela força e coragem de lutar, mesmo diante de tantas dificuldades, pela melhoria do serviço público de saúde. Sabemos que somente a luta muda a vida e é graças à trabalhadoras como Érica, que movem as estruturas e incomodam os ditos poderosos, que a luta cresce a cada dia e se fortalece.
 
Estamos com você!