O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, tem um significado profundo para a nossa sociedade: é um momento para refletir sobre séculos de exclusão e lutar por igualdade de direitos. Durante quase quatrocentos anos, a população negra — composta por pretos e pardos — foi sistematicamente negada, marginalizada e empurrada para as bordas da sociedade brasileira. Essa data nos lembra da urgência de combater o racismo estrutural em todas as esferas: social, econômica, cultural e institucional. Ao honrar Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência à escravidão, reafirmamos o compromisso com uma sociedade mais justa, onde a população negra possa viver com dignidade, empoderamento e reconhecimento de sua história.
Os dados do Censo Demográfico de 2022 ilustram como essa luta é também uma questão numérica e política: segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 10,2% da população brasileira (aproximadamente 20,6 milhões de pessoas) se declararam pretas, enquanto 45,3% (ou seja, mais de 92 milhões) se declararam pardas. Somados, pretos e pardos já representam 55,5% da população brasileira — um dado incontornável para a formulação de políticas públicas conforme apontam os dados que podem ser conferidos no site do IBGE.EDUCA. É indispensável que a desigualdade racial seja levada em conta na esfera da saúde: as políticas devem considerar as vulnerabilidades específicas da população negra, garantindo acesso universal, atenção diferenciada às doenças que mais os afetam, suporte psicossocial e iniciativas de prevenção que estejam de fato alinhadas às suas realidades.
Além disso, a luta por direitos trabalhistas é parte essencial desse enfrentamento ao racismo estrutural. A reivindicação pela redução da jornada 6×1 não é apenas uma demanda por tempo de descanso, mas uma reivindicação por saúde mental e qualidade de vida — especialmente para a maioria da população negra, que está concentrada em subempregos, com baixos salários e poucas garantias trabalhistas. Ao conquistar uma jornada mais justa, estamos devolvendo dignidade àquelas e aqueles que historicamente sofreram as consequências da exploração e da desigualdade. Por tudo isso, o Sindsaúde/RN, junto à CSP-Conlutas, tem orgulho de afirmar sua trajetória de luta contundente em defesa da população negra no Brasil, reafirmando a importância de um movimento antirracista, em busca de reparação histórica e do bem viver para todos.