Fernanda Soares
Fernanda Soares

18/01/2024, 17h


A direção do Sindsaúde/RN presenciou, na noite da última quarta-feira (18), o reflexo da sobrecarga de trabalho ocasionada pela falta de profissionais de saúde no Hospital Mariano Coelho, em Currais Novos. Um técnico(a) da UTI faltou ao trabalho e dada a situação uma enfermeira, de outro setor, comunicou para uma auxiliar de enfermagem que ela precisaria ser remanejada para a UTI. A profissional de imediato recusou pois, sendo auxiliar, não faz parte de sua função manusear os equipamentos da UTI e diante da sua recusa, a enfermeira- que havia passado a ordem- informou que ela era sim obrigada a assumir a função, caso contrário,  a gerente do setor tinha expressado que no dia seguinte “tomaria as providências”. O que nós, do Sindsaúde/RN, consideramos uma maneira de assediar e ameaçar a servidora. 
 
O sindicato, representado na ocasião pelo diretor João Assunção, portanto, interviu em favor da profissional, que já estava abalada, afirmando que como auxiliar a servidora estava  amparada a não assumir um setor complexo como a UTI sem capacidade técnica. Além disso, foi orientado que ela registrasse todo caso no livro de ocorrência. Ainda durante o conflito, outra servidora teve uma crise de choro e desabafou sobre não ter conseguido dormir na noite anterior por ansiedade de saber que vinha assumir o plantão e que estava com medo de ser remanejada. 
 
Ainda nesta quinta-feira (18), a direção do sindicato irá entrar em contato com o diretor de enfermagem da unidade, que é também um dos diretores do COREN-RN, para exigir que seja explicitado previamente na escala a possibilidade desses profissionais serem remanejados, caso exista necessidade. Lembrando, é claro, que qualquer profissional tem o direito de se negar a realizar qualquer atividade em que não se sinta seguro em realizá-la. “A falta de pessoal nas unidades hospitalares do Estado causa uma enorme sobrecarga de trabalho, estresse entre colegas e até assédio moral e ameaças de chefes de enfermagem que tentam contornar esse déficit a qualquer custo” enfatiza João Assunção. É por casos como esse que o Sindsaúde/RN sempre defendeu a convocação do cadastro de reserva do estado e a realização de novos concursos públicos já!