O Sindsaúde/RN recebeu, na última quinta-feira (04), uma denúncia sobre a situação de abandono da I Unidade Regional de Saúde Pública, localizada no município de São José de Mipibu. Na manhã desta segunda-feira (08), a diretora do sindicato, Edite de Oliveira Sousa, visitou a unidade e confirmou os graves problemas estruturais e operacionais.
A unidade, que é estratégica por atender 27 municípios das regiões Litoral e Agreste, vem sofrendo com a perda de servidores nos últimos oito meses, tanto de temporários quanto dos que estavam cedidos para prestar apoio técnico. Hoje, são apenas 10 funcionários no total, incluindo alguns cedidos pelo Ministério Público.
Durante a visita, Edite constatou que o prédio apresenta telhas quebradas, presença de mofo, equipamentos danificados e geladeiras sem funcionamento. Por conta disso, insulinas estão sendo armazenadas em caixas de isopor. Além disso, as medicações do plano de saúde da mulher estão sendo entregues pelo coordenador técnico, já que não há enfermeira disponível. A situação é ainda mais crítica no setor de zoonoses, que está sem veterinário. Outro problema grave apontado é a falta de recursos humanos suficientes para manter os serviços básicos. “São apenas dez trabalhadores tentando suprir todas as demandas da regional”, relatou a diretora.
Apesar da Sesap ter homologado recentemente um concurso público para cargos de nível médio e técnico, os aprovados ainda não foram convocados para assumir suas funções. Essa medida poderia aliviar o déficit de profissionais e permitir a retomada das atividades essenciais da regional. A ausência de servidores tem reflexos diretos sobre os municípios atendidos. Edite destacou, por exemplo, que a regional e os municípios estão sem vacinadores de BCG, e a Sesap ainda não providenciou a formação de novos profissionais para suprir essa necessidade.
Após a visita, a diretora procurou o secretário de Saúde, que não se encontrava no local. Nesse sentido, o Sindsaúde/RN enviará um ofício solicitando reunião para definir de quem é a responsabilidade pelo prédio, que pertence ao município e está cedido ao Estado. Para nós do Sindsaúde/RN, essa situação é mais um reflexo do descaso com a saúde pública do estado. Além de colocar em risco o atendimento à população de 27 municípios, a situação agrava a sobrecarga dos poucos profissionais que atuam na unidade, forçados a trabalhar sob intensa pressão e em condições precárias. Por isso, é urgente que o Governo Fátima garanta condições adequadas de trabalho e que supra o déficit de profissionais na unidade.