Fernanda Soares
Fernanda Soares

09/07/2013, 15h


RESOLUÇÃO SOBRE A PROPOSTA DE PLEBISCITO DA DILMA

"Primeiro o governo Dilma reagiu às mobilizações com uma forte repressão, antes da Copa, tentando aplastar o movimento. Depois foi obrigado a mudar, acenar com concessões, uma política de diálogo e a proposta de plebiscito. O plebiscito é, na verdade, uma tentativa de manobra contra as mobilizações. Dilma tenta se aproveitar do descontentamento das massas com todas as instituições para propor uma “reforma política” e que o “povo deve decidir” pelo plebiscito. Dilma quer usar o desprestígio atual dos partidos para reforçar o peso dos partidos majoritários, tão repudiados pela massa, e para desviar a luta dos trabalhadores de suas reivindicações concretas.

Como sinalizamos acima, essa proposta naufragou já na base de apoio do governo, mas, mesmo assim, passou a ser o centro da política das direções da CUT, UNE e do MST, o que vai de encontro ao necessário objetivo do dia 11 de julho que, desde a pauta mínima unitária, é de exigência e enfrentamento com o governo. Segue existindo, portanto, uma disputa sobre o caráter do dia 11 e nossa Central deve intervir com força nessa batalha.

E é preciso questionar a seriedade (que sabemos não existir) da intenção do governo de promover mudanças no sistema político através do plebiscito que está propondo. Precisamos responder que, se é para mudar mesmo, as perguntas precisam ser as seguintes: os salários dos deputados devem ou não ser iguais ao de um professor?; O senado deve acabar?; Deve haver revogabilidade dos mandatos? Os corruptos e corruptores devem ser presos e seus bens confiscados? Devemos agregar a necessidade de que o povo decida sobre a reestatização das empresas privatizadas, e o pagamento ou não da dívida aos banqueiros."