Fernanda Soares
Fernanda Soares

27/04/2023, 12h


O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (26) o Projeto de Lei que garante a abertura de crédito especial no orçamento federal deste ano para o pagamento do piso da enfermagem. O PLN 5/2023 vai à sanção. Pelo texto, será assegurado o valor de R$ 7,3 bilhões para ajudar no pagamento do piso, que foi criado pela Emenda Constitucional 124.
 
O texto foi aprovado por unanimidade no Senado e recebeu o apoio da maioria dos deputados. O Partido Novo registrou voto contrário. O dinheiro previsto no PLN 5/23 será usado para o Ministério da Saúde auxiliar estados, municípios e o Distrito Federal no pagamento dos pisos a partir de maio. Os recursos virão de superávit financeiro apurado em 2022 pelo Fundo Social. Em exposição de motivos, o governo afirmou que a medida não tem impacto na meta de resultado primário fixada para 2023. Além disso, a despesa já foi retirada do teto de gastos criado pela Emenda Constitucional 95. A Lei 14.434/2022 define que o piso salarial dos enfermeiros será de R$ 4.750. Os técnicos de enfermagem deverão receber 70% desse valor (R$ 3.325); e os auxiliares de enfermagem e as parteiras, 50% (R$ 2.375).
 
No entanto, mesmo com a viabilização do crédito para garantir o Piso da enfermagem, o STF precisa revogar a suspensão. A Lei do piso salarial da enfermagem teve seus efeitos suspensos um mês após o STF acatar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde).  Como justificativa, o STF indicou a falta de indicações de recursos financeiros e a carência de um relatório que indicassem os impactos do piso salarial da enfermagem para os serviços de saúde público e privados.  
 
A luta em defesa do Piso continua
Para nós do Sindsaúde/RN é muito importante mantermos a categoria mobilizada. “Apesar dessa importante aprovação, não podemos baixar a guarda. Precisamos continuar pressionando para que o Piso da enfermagem seja garantido e implementado para todos os profissionais da enfermagem. Já passou da hora de sermos reconhecidos e valorizados. A pressão é necessária para que os estados e municípios também garantam esse direito que foi arrancado com muita luta”, enfatizou Rosilda da Silva Salles, diretora do Sindsaúde/RN.