Fernanda Soares
Fernanda Soares

29/11/2022, 11h


Desde quinta-feira (24), os médicos da cooperativa que prestam serviço no município de Natal estão com atendimentos suspensos. Isso porque, de acordo com a Cooperativa de Médicos do Rio Grande do Norte, os profissionais paralisaram as atividades por causa de um atraso de quatro meses nos pagamentos. Até o momento, a SMS continua em silêncio e a Sesap declarou que não é responsável pela gestão dos repasses da Coopmed.
 
Antes de mais nada, nós do Sindsaúde/RN somos solidários aos médicos da cooperativa e gostaríamos de declarar o apoio à paralisação que já dura seis dias. Apesar de ser uma categoria que nunca demonstrou apoio à greve e mobilizações dos servidores da saúde, nós entendemos que só com luta é possível garantir os direitos e reivindicações. 
 
Ainda que a paralisação seja justa, sabemos que isso acaba prejudicando o atendimento à população que necessita dos serviços de saúde. Principalmente em um momento em que os casos de covid-19 aumentaram na capital. Para nós do Sindsaúde/RN a responsabilidade é da prefeitura de Natal e da SMS, que não garantem o direito básico desses profissionais e insistem em manter contratos superfaturados com as cooperativas médicas.
 
Existem serviços que são essenciais e que estão 100% paralisados. Enquanto isso, a população peregrina de unidade em unidade buscando atendimento médico. É o exemplo do único Pronto-Socorro ortopédico do município que está 100% paralisado por falta de médicos ortopedistas. De acordo com Érica Galvão, diretora do Sindsaúde/RN, o setor atende em média 120 pacientes por dia. Com a paralisação, os atendimentos foram suspensos. 
 
Na rede pública de Natal, faltam médicos para completar a escala e isso só será resolvido se a gestão priorizar a saúde e convocar concurso público. Exigimos que o prefeito Álvaro Dias (PSDB) e a SMS se posicionem e regularizem imediatamente essa situação. 
 
“É inadmissível que enquanto a prefeitura gasta cerca de R$ 7 milhões em decorações natalinas, a população de Natal padeça sem atendimento médico. É preciso romper com as cooperativas e convocar concurso público imediatamente, não só para os médicos, mas para a saúde em geral", enfatiza Érica Galvão.