Fernanda Soares
Fernanda Soares

21/01/2014, 11h


Na madrugada do dia 22 de janeiro de 2012, mais de dois mil policiais e um forte aparato, incluindo helicópteros, cavalaria e tropa de choque, cercaram o Pinheirinho para desocupar a área e expulsar de suas casas 1.800 famílias.

Nesta quarta-feira, dia 22, essas famílias realizam um ato para marcar os dois anos da violenta desocupação do terreno.
O evento vai acontecer às 10h, no bairro do Putim, exatamente no terreno onde deverão ser construídas as casas para os ex-moradores.

Após muita luta, os governos municipal, estadual e federal tentam acertar as agendas para assinar o contrato de construção das casas em fevereiro.

Brutalidade e violência
O ato desta quarta também tem o objetivo de exigir a reparação pelos danos morais e materiais que os moradores sofreram durante a desocupação e a punição dos culpados.

Muitos moradores perderam tudo no episódio. Ao caminhar entre os escombros, era possível ver diversos bens destruídos pelos tratores, que passaram por cima de tudo.

A violência policial no Pinheirinho virou notícia nacional e internacional. Duas pessoas morreram em decorrência da desocupação.

Após a retirada das famílias, o terreno voltou a ser utilizado apenas para especulação, sem cumprir nenhuma função social. Seguranças armados circulam pelo local, enquanto a área acumula mato e lixo.

“A brutalidade vivida na desocupação deixou marcas profundas nos moradores da área. Por isso o Pinheirinho e sua luta continuam vivos, por justiça, reparação e para que essa violência não volte a se repetir”, avalia Toninho Ferreira, advogado e um dos líderes do movimento.