O retorno do movimento grevista, suspenso em setembro, foi defendido pela maioria dos oradores, unificando aos servidores de Natal e aos policiais civis, que também cogitam parar as atividades novamente. Uma próxima assembleia discutirá o indicativo de greve. A assembleia foi adiada para o dia 20, já que no dia 19 haverá uma audiência com os secretários de Administração e de Saúde.
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Cortes na remuneração e aumento do ritmo de trabalho
Desde julho, os contracheques dos servidores têm sofrido reduções. A parcela de 1/3 de férias, de quem tirou férias em julho e outubro, simplesmente não foi paga. Todos os trabalhadores de nível elementar e parte dos de nível médio (técnicos) tiveram redução de salário em setembro, com a incorporação das gratificações. Além disso, há redução da gratificação por produtividade, descontos de plantões e adicionais noturnos em vários hospitais.
No pagamento deste mês, os servidores de nível superior foram surpreendidos com a retirada de uma gratificação, que em alguns casos chega a R$ 600,00. A gratificação “Vantagem Pessoal” foi criada em 2007, após o Plano de Cargos, Salários e Remuneração (PCCR), para evitar que parte dos trabalhadores tivesse o salário reduzido. Neste mês, o governo simplesmente retirou esta gratificação.
Além das perdas salariais, os servidores reclamam da sobrecarga de trabalho nos hospitais, após a redução dos plantões eventuais. Em hospitais como o Walfredo Gurgel, praticamente todos os setores trabalham com um ou dois servidores a menos do que em julho. “O clima nos hospitais é de revolta e angústia. Muitos servidores falam em simplesmente pedir demissão”, relata Simone. “Um dos pontos para o fim da greve era a convocação de concursados, para reduzir o déficit de servidores. Mas a convocação foi pequena, e praticamente para o Hospital da Mulher e o da Polícia. Não chegou nenhum concursado nos principais hospitais e ainda reduziram equipes e transferiram profissionais. O pessoal está no limite”, conta.
Lentidão na Comissão do Plano de Cargos
O Sindsaúde critica a lentidão e os poucos avanços na comissão mista para a revisão do PCCR, formada por representantes do governo e dos servidores. “A comissão teve atraso e até cancelamento de reuniões. O resultado é que só conseguiu debater metade dos pontos e, em vários, o governo alega que não tem recursos financeiros para aplicar”, afirma Rosália Fernandes, titular da comissão. Na segunda-feira, 11, ocorrerá a última reunião da Comissão, às 14h, na Sesap. “Não temos garantia de que o nosso Plano será enviado a tempo para ser votado neste ano na Assembleia Legislativa”, afirma Rosália.
Até o momento, a comissão manteve os dois compromissos assumidos após o fim da greve – cumprimento do internível de 3% e reajuste das gratificações aos aposentados – e avançou em dois outros pontos: criação de 4 níveis na tabela e reabertura de enquadramento aos aposentados. Os demais ainda não foram discutidos ou não houve acordo.
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