Fernanda Soares
Fernanda Soares

10/02/2014, 18h


Nesta segunda-feira (10), diretores do Sindsaúde se reuniram com um grupo de aprovados no concurso público de 2010, e que aguardam pela convocação. Na reunião, eles discutiram a demora nas chamadas do concurso, que vence no final de junho. “O governo está chamando a conta-gotas, apenas repondo vagas de aposentadorias. E agora, está preparando o fechamento dos hospitais do interior, e ainda vai querer  remanejar o pessoal para não chamar todo mundo do concurso”, afirmou Paulo Martins, diretor do Sindsaúde.

A reunião contou com três representantes dos aprovados. Ficou definida uma reunião ampla, com todos os concursados, no dia 24 de fevereiro, às 09h, no auditório do Sindsaúde. Antes disso, no dia 19, às 08h, haverá uma audiência na Sesap, com o setor de Recursos Humanos, para discutir as convocações, com uma comissão e representantes do sindicato. O Sindsaúde convoca todos os aprovados a comparecerem nas duas ocasiões, para organizar a luta pela convocação.

Segundo o relatório do TCE, há um déficit de 1.990 servidores nos hospitais da rede estadual. Apenas no Walfredo, faltam 256 técnicos de enfermagem, segundo a direção do hospital. O Sindsaúde defende a convocação de todos os concursados, para reduzir a sobrecarga de trabalho e garantir a qualidade do atendimento, e o não fechamento dos hospitais regionais.

Uma longa espera

A sensação entre os concursados é de muita ansiedade, principalmente porque a data de vencimento do concurso está próxima. Devido ao período eleitoral, o governo só tem até junho deste ano para fazer a convocação. “Estamos nessa expectativa desde 2010, mas agora a aflição é maior devido ao prazo final para a convocação. Estamos todo dia atentos a tudo o que é publicado no Diário Oficial, nos jornais, na internet... É uma verdadeira corrida contra o tempo”, afirma Adriano Varela, técnico de enfermagem à espera de convocação.

 Os concursados estão cientes dos recorrentes problemas com falta de pessoal e sobrecarga de trabalho nos hospitais e estão inconformados com a possibilidade de não poderem assumir as vagas. “Temos plena certeza de que existe a necessidade de se chamar novos servidores para os hospitais, no entanto o governo não nos chama. O número de aposentados só tem crescido, assim como a falta de profissionais e nós estamos aqui, devidamente concursados, com vontade de trabalhar, querendo assumir há anos e sem nenhuma perspectiva”, lamentou a concursada Manuella de Oliveira”, também técnica de enfermagem.

Os concursados contam que têm trabalhado na iniciativa privada, mas que sonham com o dia em que poderão se tornar servidores: “A gente já sofre tanta pressão nas empresas privadas, a insegurança é tão grande... Assumir esse concurso é o sonho da minha vida. O que eu mais quero é ter minha matrícula no serviço público e ganhar estabilidade. Chega a ser decepcionante tanto desrespeito”, continua Mannuella.

Já Giselle Cristina Oliveira está sempre atenta às informações que circulam pelas redes sociais e também não abre mão de assumir seu cargo: “Toda hora eu estou no Facebook, no Twitter, cobrando, perguntando, pedindo por um direito que é nosso. Eu quero assumir o meu concurso, faço questão disso, é um direito meu e é por isso que nós resolvemos entrar nessa luta para pressionar o governo”.