Proposto pelos movimentos sociais dos Estados Unidos, o dia 28 de abril foi escolhido para lembrar dos trabalhadores e trabalhadoras vitimados por acidentes do trabalho e por doenças profissionais e outras doenças relacionadas ao trabalho, e para lutar por melhores condições de trabalho, para que tais perdas humanas não voltem  a acontecer. A data foi escolhida em alusão ao dia 28 de abril de 1969, quando a explosão de uma mina em Farmington, no Estado da Virginia, matou 78 trabalhadores e a iniciativa de criar um dia em memória a essas vítimas é uma forma de impedir que essas perdas sejam naturalizadas pela sociedade, pelos empregadores e pelos governos, e vistas como sendo algo normal, inerente ao trabalho. Tal mentalidade perversa reforça o elitismo classista e legitima que o lucro seja sempre colocado acima da vida, como se a vida do trabalhador não valesse nada. 

 

Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, o Sindsaúde/RN lutou incansavelmente para garantir o mínimo de segurança dos trabalhadores e trabalhadoras que lidavam naquele momento com um vírus letal. Os governos, por sua vez, negaram e seguem negando EPIs de qualidade, condições mínimas para prestação de serviço dessas pessoas e até mesmo, o básico como comida. Os (as) servidores (as) da saúde pública de Natal, Rio Grande do Norte e do Brasil foram deixados à própria sorte nas unidades da saúde enquanto eram aplaudidos na televisão. Nessa lógica inescrupulosa, em março de 2021, o Brasil perdia um profissional de saúde a cada 19 horas para a Covid-19 e pelo menos 115 mil profissionais de saúde morreram desde o início da pandemia, segundo a Organização Mundial de Saúde. 

 

Não à toa, o subtítulo desta luta em memória dos que nos deixaram é “Lembrar os mortos – Lutar pelos vivo”. É isso que seguiremos fazendo. Por melhores condições de vida e trabalho, o Sindsaúde/RN estará sempre do lado dos trabalhadores e trabalhadoras que merecem exercer sua função com segurança. Não aceitaremos perder mais nenhum trabalhador para o descaso!