Fernanda Soares
Fernanda Soares

21/05/2014, 09h


As manifestações pelo 15M – dia de protestos contra as injustiças da Copa, ocorreu em ao menos 12 capitais pelo país e levou para as ruas a indignação dos trabalhadores, da juventude dos movimentos de luta por moradia, assim como dos movimentos sociais que denunciam as violações de direitos que o megaevento traz para o país.
Desde cedo o dia foi marcado por muita luta. Houve paralisações e protestos de categorias organizadas de trabalhadores em diversas cidades. Metroviários de São Paulo fizeram protestos desde a madrugada, rodoviários em luta no Rio de Janeiro, operários da construção civil de Fortaleza paralisaram as atividades e muitas outras categorias realizaram mobilizações.
Na parte da tarde foram os estudantes os que protagonizaram a luta com manifestações em diversas capitais. A solidariedade internacional também foi destaque.
O governo enfrentou as manifestações com violenta repressão em diversos lugares. Mas não esmoreceu a disposição dos que lutam contra os gastos vultuosos dessa Copa e a política que beneficia os grandes empresários e a Fifa. Agora é hora de preparar as ações para o dia 12 de junho, dia de abertura dos jogos da Copa.

Confira os informes das manifestações:

São Paulo – Os movimentos de luta por moradia abriram o dia de manifestação em São Paulo. O Luta Popular fez o bloqueio da Rodovia Anhanguera, umas das principais avenidas da capital, das 6h30 até as 8h. E com o lema: “Não aos Despejos! Não à Remoção! Menos Dinheiro pra Copa e mais pra Habitação!” deu seu recado ao governo (veja aqui).
Ainda era madrugada quando os metroviários tomaram as ruas paulistas para exigir “Transporte padrão Fifa” (veja as  fotos).  Os professores municipais em greve também fizeram uma passeata pelas ruas da cidade e reuniram mais de 5 mil pessoas e saíram da Vila Mariana, percorreram e 23 de Maio.
Ao final da tarde, os movimentos sociais se concentraram na Avenida Paulista para manifestação contra os desmandos da Copa. Apesar da repressão os manifestantes seguiram em passeata e confirmaram que na Copa Vai Ter Luta.

Rio de Janeiro - Diversas categorias em greve como os os técnicos administrativos das universidades federais, os servidores federais dos institutos de educação e de museus, além dos trabalhadores da educação básica nas escolas públicas estaduais e de vários municípios se empenharam para a realização de um grande 15M no Rio de Janeiro.
Eles realizaram um protesto com passeatas pelas principais vias da capital fluminense, da zona norte ao centro. Após assembleia, centenas de professores e funcionários das escolas estaduais e do município do Rio marcharam da Tijuca até a Central do Brasil. Também realizaram assembleia, na Praça da Candelária, os rodoviários, que em seguida fizeram passeata até a metade da Av. Presidente Vargas. Na estação da Central do Brasil já estavam realizando ato os trabalhadores do Comperj, os garis, os servidores dos institutos federais, dos museus e do Colégio Pedro II. Estes últimos já com data marcada para o dia 17 maio, quando começa o movimento de greve. Também estavam presentes os professores do ensino superior federal e vários trabalhadores e estudantes dos movimentos populares e estudantis.

Como símbolo maior desta unificação houve uma passeata conjunta que foi até a Cidade Nova, sede da prefeitura da cidade. Mais de mil trabalhadores e trabalhadoras participaram da atividade com um claro recado aos patrões e seus governos: na Copa vai ter luta.
 
Minas Gerais - A onda de protestos começou às 16h, quando servidores municipais em greve saíram da Praça Sete em passeata até a porta da Prefeitura de BH. Mesmo respeitando a ordem judicial de ocupar apenas uma faixa da Avenida Afonso Pena, o movimento complicou o tráfego. Também às 16h, na praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, cerca de 300 professores das redes públicas estadual e municipais de diversas cidades se reuniram. Os servidores estaduais decidiram entrar em greve a partir do dia 21. Em seguida todos seguiram em passeata pela Avenida Olegário Maciel, em direção à Praça Raul Soares.
15M Minas 2

Ceará - Em Fortaleza, o 15M também não passou sem que nada acontecesse. Na linha de frente estavam os operários da construção civil e os trabalhadores do transporte, motoristas e cobradores, que paralisaram suas atividades na parte da manhã. À tarde foi a vez dos estudantes que realizaram manifestação na cidade sob forte repressão da Polícia Militar. A luta continua nesta sexta-feira, quando os mesmos trabalhadores que estavam em luta ontem, realizaram novamente paralisações no dia de hoje.
 
Natal (RN) - Militantes e representantes dos movimentos sociais e da juventude ocuparam a Câmara Municipal de Natal no Dia Nacional de Luta Contra as Injustiças da Copa (15/5), durante audiência pública. A atividade fez parte do calendário de mobilizações que ocorrem em todo o país com o objetivo de denunciar os gastos da Copa do Mundo. O debate contou com a presença de representantes da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), do Comitê Popular da Copa e da CSP-Conlutas.

Brasília (DF) –  Mais de 600 pessoas se reuniram na Rodoviária do Plano Piloto para a concentração do ato. Manifestantes carregaram cruzes com os nomes dos operários mortos na construção dos estádios, e o Movimento Mulheres em Luta (MML) reafirmou a importância da luta contra a exploração sexual durante o evento. Os rodoviários da viação Piracicabana, demitidos por lutar por seus direitos, também participaram do ato. Depois das falas e da panfletagem, os manifestantes deixaram a Rodoviária e caminharam até o Estádio Mané Garrincha – o mais caro da Copa – onde colocaram as cruzes no gramado do entorno do estádio, em um ato simbólico de homenagem aos operários (informações Andes-SN).