O mês de setembro marca o início de uma campanha mundial pela valorização da vida e da saúde mental, embora o tema tenha que ser tratado durante todo o ano. Nesta terça-feira (10) é a data oficial do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio que este ano tem como lema: “Se precisar, peça ajuda!”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar as subnotificações. No Brasil, o número chega a aproximadamente 14 mil casos por ano, ou seja, a cada dia, em média 38 pessoas tiram a própria vida. Além disso, a terceira maior causa de afastamentos por auxílio-doença acidentário, segundo dados da Previdência Social, está relacionada aos transtornos mentais.
Para o Sindsaúde RN, a prevenção uma das principais ferramentas no combate ao suicídio. Fora ela, outras garantias básicas, que são negadas pelo sistema capitalista, como emprego e renda, comida na mesa, acesso a lazer, moradia e saúde pública de qualidade, também são fatores que garantiriam uma saúde mental coletiva. No entanto, por mais que esta data seja amplamente divulgada na mídia e pelas gestões governamentais com pronunciamentos e postagens em redes sociais, na realidade, pouco se investe na rede de atenção à saúde mental no Brasil.
Quando falamos da situação dos trabalhadores (as) da saúde, a situação é ainda mais delicada, pois alguns fatores de risco já decorrem das características da profissão, como: exaustão emocional e sobrecarga de trabalho. Porém, se os ambientes forem insalubres, com condições precárias, com conflitos internos e com exigências da instituição, o risco aumenta. Além disso, questões como assédio moral, baixos salários e exposição a violência nos ambientes de trabalho também contribuem para adoecer e até mesmo deixar esses profissionais disfuncionais.
Neste mês de campanha de prevenção ao suicídio, é importante fortalecermos esse debate e denunciar a precarização do Sistema Único de Saúde (SUS), o adoecimento dos trabalhadores(as), a falta de investimentos e o corte de verbas na rede pública. Faltam profissionais, psicólogos e psiquiatras, para atender e acompanhar a população. Por isso, cobramos dos governos não só adesão as campanhas de prevenção ao suicídio, mas, políticas públicas concretas e postas em prática que conscientizem, acompanhem e cuidem da população com o objetivo de prevenir adoecimentos e mortes.